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Meu primeiro contato com John Green - Tartarugas até lá embaixo

Muito ouço falar em John Green, desde o lançamento do livro "A culpa é das estrelas", lá em 2012, que posteriormente teve uma adaptação cinematográfica de sucesso arrebatador. Porém, até o presente momento ainda não havia lido nada dele. Tenho um pouco de resistência em ler determinados livros que estão bem comentados, mesmo sabendo que a maioria irão me agradar.

Mediante toda a demora, resolvi que chegara a hora de dar uma chance ao autor, e o primeiro livro que decidi ler foi "Tartarugas até lá embaixo", e certamente não poderia ter feito melhor escolha.

 
Fonte da imagem: http://voceetaolivro.com.br/2017/12/tartarugas-ate-la-embaixo-sera-adaptado/
Vamos acompanhando as aventuras de Aza e sua amiga, Daisy, em busca de um milionário desaparecido e uma recompensa de 100 mil dólares. No entanto, o que começa a prender nossa atenção logo de cara é o fato de Aza ter que lidar constantemente com o seu "Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC".

Além disso, Aza perdeu o pai muito jovem, vítima de um ataque do coração. Com isso, passou a viver sozinha com a mãe que é superprotetora, e acabou se apegando demais ao antigo celular do pai, com as fotos antigas que para ela são as melhores recordações. Ela também é bem apegada ao seu carro velho, o qual chama de Harold.

Aza foi me cativando, provavelmente pelo fato de eu me identificar com algumas das paranoias que ela tinha que lidar o tempo todo. Sua mente é cheia de pensamentos exagerados, e aparentemente bobos, mas que somente quem já enfrentou a ansiedade sabe da dificuldade que temos em controlá-los.

Nessa jornada, com sua amiga fascinada pelo universo de Star Wars e escritora de fanfics, Aza acaba se reaproximando de um antigo amigo, Davis, que na verdade é filho do milionário que tanto buscam. Dessa amizade surge o primeiro amor de Aza, o qual é  sempre atrapalhado pelas crises de ansiedade que ela tem ao chegar perto do garoto. Como o fato de não conseguir beijá-lo por medo que seja infectada por uma bactéria que possa levá-la a morte. Green é realmente radical em seus detalhes.

Essa leitura vale muito a pena, pois foge em vários sentidos das leituras clichês que constantemente surgem no nosso universo literário. Green escreve com maestria momentos marcantes, além disso, o livro é cheio de frases fortes e destacáveis, das quais servem de lições e também motivações para irmos atrás de nossos objetivos.

 Achei interessante a forma como ele abordou o problema psicológico de Aza, e também o fato de ela não ter medo de procurar ajuda, mesmo quando imaginava que ninguém poderia tirá-la daquela confusão de pensamentos que era o seu cérebro.

Fonte da imagem: http://voceetaolivro.com.br/2017/12/tartarugas-ate-la-embaixo-sera-adaptado/

Além disso, acompanhamos as emoções de reencontros inesperados, a valorização das amizades verdadeiras, dramas familiares, a dificuldade de viver com o TOC, mas também a confirmação de que há meios de lidar com ele, dentre muitas outras características que te farão se sentir bem e agradecido por ter escolhido essa leitura.

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